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José Cypriano "SOARES FERREIRA"

   Renomado historiador e poeta, José Cypriano Soares Ferreira (12/10/1860-25/03/1942) foi professor de Português, Literatura e Lógica. Natural de Mariana, passou pelo seminário dessa cidade e começou o Curso de Medicina, no Rio de Janeiro. Por falta de meios de subsistência, na capital do Império Brasileiro, viu-se obrigado a abandonar a carreira médica, quando já cursava o seu 3º ano. Veio, então, para Barbacena por motivos de saúde e daqui não saiu mais,   adotando-a como sua terra. Tornou-se professor de português do Gymnásio Mineiro e nas salas de aulas, extasiava os alunos, tal a magia e o encanto de suas palavras. Como poeta, adotou o pseudônimo de Euripo Carmense, que significa O Bom Riacho do Carmo (Mariana chamava-se Ribeirão do Carmo), enriquecendo a literatura com belas poesias e profundos estudos da história mineira. Sua escolha para patrono do Colégio Estadual de Barbacena se deu, pois com inteira justiça.

Origens: Escola Estadual "Professor Soares Ferreira"

A Escola Estadual "Professor Soares Ferreira" foi criada em 1890, com o nome de Gymnásio Mineiro, tendo por modelo o Ginásio Nacional, hoje Dom Pedro II, no Rio de Janeiro.
A criação do estabelecimento se deu em 1º de dezembro de 1890, pelo Decreto Estadual nº 260, assinado pelo então governador, Dr. Crispim Jacques Bias Fortes. Seu objetivo era preparar a mocidade para a matrícula em academias e cursos superiores da República.
A escolha de Barbacena para a sede do internato ocorreu devido, à oferta do prédio, mobilia e terrenos anexados pela Sociedade Mineira, com a cláusula de se fundar e manter aqui uma casa de ensino. Entre os diretores responsáveis por esse ato, destacamos: Visconde de Carandaí (Belizário Augusto de Oliveira), Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, Dr. Artur Carneiro de Machado, Dr. Virgílio Martins de Melo Franco e o Major Francisco de Paula Vaz.
Dr. Virgílio tornou-se o primeiro reitor do Gymnásio Mineiro instalado no prédio onde, anteriormente funcionara o Colégio Providência e o Colégio Abílio do Barão de Macaúbas, atual Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr).

Em novembro de 1903, criou-se um Curso Primário anexo ao internato e a partir de setembro de 1910, manteve-se um externato, mas só para filhos de famílias residentes em Barbacena.
Em janeiro de 1938, Decreto-Lei nº 64 suprime o internato, continuando o externato até 17de março de 1943, quando o Decreto-Lei nº11941, do presidente da República, Dr. Getúlio Vargas, autoriza o funcionamento do Gymnásio Mineiro, como Colégio Estadual de Barbacena.

Em 14 de fevereiro de 1949, suas dependências foram cedidas ao Governo Federal para a instalação da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr). O Colégio passa, então, a atender na Praça Conde de Prados, nº 64, por gentileza do Sr. Chaquib Itar Sad, proprietário do prédio (hoje demolido).
Em, 1959, na administração do governador José Francisco Bias Fortes, foi construído e inaugurado o edifício da Rua Baronesa Maria Rosa, nº 130, onde funciona a escola até os nossos dias atuais. O projeto foi do engenheiro Dr. Rafael Hardy Filho e a construção, do engenheiro Dr. Alberto Bouchardet Filho.
Em novembro de 1959, pela Lei Estadual nº 1995, recebe a denominação de Colégio Estadual Professor Soares Ferreira, primeiro grande escritor do município de Barbacena.
Pela Resolução 810/74, publicada no Minas Gerais de 6 de julho de 1974, o Colégio passou à demonição de Escola Estadual Professor Soares Ferreira, de 1º e 2º graus, assim conhecida até hoje, carinhosamente chamada por seus alunos e ex-alunos de "Estadual".


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Barbacena: Origens

Barbacena é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Localiza-se a uma latitude 21º13´33´´ sul e uma longitude 43º46´25´´ oeste.


A "Cidade das Rosas" nasceu na cabeçeira do rio das Mortes. Inicialmente, integrava a área de aldeamento dos índios Puris da grande família dos Tupis, quando os primeiros povoadores se estabeleceram no local chamado Borda do Campo, também denominado Campolide, onde erigiram a capela de Nossa Senhora da Piedade. Era a Fazenda da Borda do Campo, de propriedade, desde o fim do século XVII, dos bandeirantes capitão-mor Garcia Rodrigues Pais e de seu cunhado Coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme e, por carta de sesmaria, desde 1703. Ficava às margens do caminho novo da estrada real para o Rio de Janeiro, empreendimento iniciado às expensas do capitão-mor Garcia Rodrigues Pais em 1698 e que Domingos Lemes ajudou a concluir. Garcia Rodrigues Pais também recebeu a carta de sesmaria das posses antigas na Borda do Campo em 1727. A propriedade, tempos depois, passou às mãos do inconfidente José Ayres Gomes.

Em 1725, o quarto bispo do Rio de Janeiro, o Frei Dom Antônio de Guadalupe, criou a freguesia de Nossa Senhora da Piedade o primeiro vigário o Pe. Luiz Pereira da Silva.
Em 14 de agosto de 1791, foi criada a Vila de Barbacena e eregido o respectivo pelourinho e Câmara pelo Visconde de Barbacena Dom Luís Antônio Furtado de Medonça, então governador e capitão-general da capitania, que deu à vila o seu próprio nome.

Barbacena, por meio de sua Câmara, foi a primeira vila de Minas Gerais a enviar representação a D. Pedro I, então regente, em favor do "Fico", em 11 de fevereiro de 1822, dirigiu-se a Câmara de Barbacena ao princípe regente numa representação em que se propunha para ser a sede da Monarquia portuguesa e se ofereciam os barbacenenses para descer "em massa" ao Rio de Janeiro pra tomar armas em defesa do Princípe. Estes atos lhe valeram o título de "muito nobre e leal vila", conferido por decreto, de 24 de fevereiro de 1823 e Alvará de 17 de março do mesmo ano.

Barbacena foi elevada a cidade pela Lei Provincial nº 163, de 9 de março de 1840.